sábado, 19 de março de 2011

Jules e Jim - Uma Mulher para Dois, de François Truffaut


Palmas para o cinema de François Truffaut! Que espetáculo! Assim como Jean-Luc Godard, este cineasta francês foi um dos maiores ícones da história do cinema e uma das maiores influências do novo cinema francês - a nouvelle vague dos anos 60, que inspirou outros mestres como Steven Spielberg, Quentin Tarantino, Brian De Palma e Martin Scorsese.
Ao assistir “Jules e Jim”, pude constatar que Truffaut é mesmo um gênio da cinematografia, principalmente quando este sabe abusar da criatividade na narrativa.
No decorrer do filme, momentos são enfatizados com uma narração em legendas, como se o próprio autor estivesse contando a história, ressaltando assim os diálogos. Entretanto, o espectador deve assisti-lo com uma certa paciência devido à sua lentidão.
Baseado no romance de Henri-Pierre Roche e com um roteiro inteligente, a obra retrata o amor e a amizade de uma maneira anarquista, amarga e maravilhosa.
A trama se passa no começo do século XX e se estende por várias décadas. O alemão Jules (Oskar Werner) e Jim (Henri Serre) são perpétuos amigos que se apaixonam pela mesma mulher, a impulsiva e bipolar Catherine (Jeanne Moreau). Nasce assim um libertário triângulo amoroso que busca aproveitar os prazeres da vida. Mas como nem tudo são flores, o trio passa a enfrentar as dificuldades de uma conturbada relação, cuja maior fatalidade é o medo da perda. Uma triste e bela história que toca num sensível ponto de nossas vidas: o amor.
No marco de sua carreira, Jeanne Moreau está memorável ao interpretar uma personagem egocêntrica e leviana, que quer ser tratada como uma rainha por seus submissos amores.
Dramático, poético e totalmente cult, “Jules e Jim” é um aplaudido sucesso de público e crítica. É a primeira obra-prima que vejo do Truffaut, e posso dizer que me apaixonei pelo brilho do cinema francês.
Recomendadíssimo!!!

Por Mário Zaparoli




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