quarta-feira, 2 de março de 2011

Crítica: O Tempero da Vida



 “O sal é utilizado para adicionar mais sabor à vida”...“Uns toques de canela e pimenta dão aquele gostinho de quero mais”...E umas boas pitadas de direção e roteiro abrem o apetite de qualquer espectador.  Assim acontece na produção grega “O Tempero da Vida”.
Essa é a história de Fanis, que ao viver em Istambul aprendeu com seu avô Vassilis, filosófo culinário, que tanto a comida quanto a vida requerem tempero para adquirir sabor.
Por causa da guerra, ainda menino foi deportado com seus pais para a Grécia. Inspirado pelo avô, Fanis se torna um cozinheiro de primeira. Só trinta e cinco anos depois, ele volta para Istambul a fim de reencontrar o avô e seu primeiro grande amor.
Percebe-se uma narrativa muito boa ao usar um longo e tradicional flashback embalando a maior parte do filme, que é concentrado em momentos da vida do próprio diretor Tassos Boulmetis, cuja trajetória é igualada ao protagonista.
É pura arte, agradável e gostoso de ver. Em estilo europeu, tem visual requintado, linda trilha sonora e roteiro fascinante.
Destaque para as frases filosóficas do avô Vassilis ao ensinar que as especiarias e o universo se correspondem. Eis uma delas: “Antepastos são parecidos com as histórias que nos falam de sabores de viagens até mundos distantes, e os aromas seduzem seus sentidos e preparam você para aventuras”...Não é uma delícia?
Essa autobiografia foi o primeiro longa-metragem do diretor e um sucesso de bilheterias na Grécia, além de vencer dez premiações no Festival de Cinema Thessaloniki, incluindo melhor filme, direção e roteiro.
Elegante, sensível e poético. Assim como em Julie & Julia, fiquei com água na boca!

Por Mário Zaparoli

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