quinta-feira, 17 de março de 2011

DELICATESSEN



“Exótico” é a denominação mais adequada para caracterizar “Delicatessen”. A princípio, qualquer um pode pensar que é um filme sobre gastronomia e culinária. Ledo engano?! Não posso envolver canibalismo com culinária, certo?! Ou será que comer carne humana em um futuro apocalíptico é um tanto gastronômico? Mas o estranho não é só isso! A história e seus personagens são os mais surreais possíveis.
Tipicamente criativos e modernos, os cineastas franceses Jean-Pierre Jeunet e Marc Caro, puderam misturar fantasia e realidade assim como em seus outros trabalhos. Essa foi a primeira vez que os dois trabalharam juntos, a segunda foi no também surrealista “Ladrão de Sonhos”, de 1995. A parceria não poderia ser mais sublime. Que dupla de diretores!
De 1991, “Delicatessen” é o primeiro sucesso de Jeunet, que anos mais tarde conquistou notoriedade no mundo com “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”. Inteiramente de humor negro, a trama traz drama, suspense, comédia, romance e terror, tudo em um único “pacote”. Diferente de muitas comédias, essa, é ao mesmo tempo esquisita, silenciosa e delicada. Uma fantástica “delicatessen”.
No filme, um jovem palhaço (Dominique Pinon) chega a um estranho prédio, localizado em cima de um açougue, para arrumar emprego e abrigo. Instalado, acaba se apaixonando por Julie (Marie-Laure Dougnac), filha do troglodita e asqueroso Clapet (Jean-Claude Dreyfus), seu chefe. Sua presença começa a incomodar a família da moça, mas ele não faz a menor idéia de que os integrantes dessa estranha família possuem outros planos para ele.
Por causa da sociedade viver numa escassez de alimentos, os suprimentos de carne desse açougue são vendidos para garantir sobrevivência.
Todo o elenco está muito bem, principalmente os ótimos Dominique Pinon e Jean-Claude Dreyfus. Pinon também já esteve em outros filmes de Jeunet: “Ladrão de Sonhos” (1995), “Alien: A Ressurreição” (1997), “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”(2001) e “Eterno Amor”(2004).
Destaques para a sinfonia de efeitos sonoros em uma das cenas, e o ambiente esfumaçado que climatiza o suspense. Fora, os fortes tons amarelados que predominam em todo o filme. Um jogo de cores belíssimo. Cada cor representando o aspecto do momento. Personagens bizarros e totalmente esquisitos também são bem característicos.
Roteiro impactante e fotografia de primeira. “Exótico” e sensacional!

Por Mário Zaparoli





Um comentário:

  1. Adooorei esse filme!É muito diferente, romântico e questionador! Parabéns pela crítica ficou perfeita ! O cinema francês é tudoooooo!

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