sábado, 2 de abril de 2011

Minhas Mães e Meu Pai, de Lisa Cholodenko



Há vários filmes de temática gay muito bons, mas nem todos têm uma história terna e agradável como em “Minhas Mães e Meu Pai”. Estaria mentindo se eu dissesse que é uma comédia de provocar gargalhadas, o que não é! Também não posso negar que há uma veia cômica! Mas existe um drama concentrado em sentimentos, emoções e conflitos, que refletem sobre o relacionamento de uma moderna família norte-americana. Nada mais, nada menos, que as ótimas Annette Bening e Julianne Moore para protagonizarem um casal de lésbicas, formando a dupla perfeita.
A roteirista e diretora Lisa Cholodenko (“Laurel Canyon – A Rua das Tentações”), e responsável pela direção de episódios das séries americanas “A Letra L” e “A Sete Palmos”, soube retratar com um olhar astuto, a vida de uma família nada convencional, e a forma como essas mães lidam com seus dois filhos, concebidos por inseminação artificial. Acontece que Nic (Annette Bening) e Jules (Julianne Moore), casadas há mais de 20 anos, aparentemente têm uma relação estável e feliz, no entanto enfrentam uma grande crise familiar, quando seus filhos, Joni (Mia Wasikowska, de “Alice no País das Maravilhas”) e Laser (Josh Hutcherson, de “Ponte para Terabítia”), resolvem encontrar Paul (Mark Ruffalo), o pai biológico, que fez a doação de espermas anos atrás. Sua chegada parece ser uma ameaça, e quem mais se incomoda é a controladora Nic.
Brilhante, como sempre, Annette Bening exerce uma notável performance de lésbica masculinizada, e merecidamente venceu o Globo de Ouro de melhor atriz comédia ou musical, que ainda lhe conferiu uma quarta indicação ao Oscar, perdendo para a favorita Natalie Portman, por “Cisne Negro”. Lembrando, que a atriz já fez outra personagem homossexual no filme “Correndo com Tesouras” (2006).
Julianne Moore também se destaca em sua atuação, trazendo fragilidade para a personagem; e Ruffalo nunca fez tão bem o papel de homem sensível, que não propositadamente, torna-se o antagonista da história, o “destruidor” de lares.
O longa recebeu quatro indicações ao Oscar: melhor filme, atriz, ator coadjuvante (Mark Ruffalo), e roteiro original (muito bem explorado); além de conquistar o Globo de Ouro de melhor filme comédia ou musical, e ganhar o prêmio Teddy, no Festival de Berlim, como melhor longa de temática gay.
Sexy e moderníssimo! Um dos melhores filmes gays dos últimos anos.

Por Mário Zaparoli


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