segunda-feira, 18 de abril de 2011

Boogie Nights - Prazer sem Limites, de Paul Thomas Anderson


Você já ouviu falar em um tal Dirk Diggler?...”Boogie Nights – Prazer sem Limites” traz a história desse rapaz, que aos 17 anos e sexualmente bem-dotado, transforma-se numa grande estrela do mundo pornô no apogeu dos anos 70. Para uma indústria pornográfica, um ator com “talento” é a melhor aprovação para conquistar tal fama. E para interpretá-lo, Mark Wahlberg encarna com sensualidade e carisma o seu melhor protagonista.
A súbita fama está em jogo e pode ser corrosiva, principalmente para Dick, que inicialmente é Eddie Adams, um lavador de pratos, que graças às influências do diretor Jack Horner (Burt Reynolds), torna-se astro da noite para o dia.
O segundo filme de Paul Thomas Anderson é dramático, psicológico e sensacional, em que novamente o diretor lida com o significado das relações humanas ao ilustrar a história de uma extensa família de atores, diretores, produtores e técnicos do entretenimento adulto, que lutam para revolucionar e manter o sucesso do cinema pornô.
Interessante é ver que a pornografia americana fazia um tremendo sucesso nos anos 70 e 80, investindo em talentos, faturando prêmios e milhões, e desafiando preconceitos.
Associado a Quentin Tarantino e Kevin Smith, Anderson é um talentoso diretor, membro da primeira geração do grupo de “Cineastas do VCR” (Video Cassette Recorder), por ter adquirido um vasto conhecimento da cultura e da técnica cinematográficas vendo inúmeros filmes em VHS, e não em escolas de cinema. São peculiares em seus filmes: a composição de um grande elenco, o estilo de filmagem independente, e histórias entrelaçadas numa mesma trama. E não seria diferente em “Boogie Nights”. Um dos melhores trabalhos do diretor. A película tem um elenco estelar que inclui Mark Wahlberg, Burt Reynolds, Julianne Moore, John C. Reilly, Philip Seymour Hoffman, Heather Graham, Don Cheadle e William H. Macy, em performances brilhantes, que se adequam aos personagens.
O filme concedeu a Anderson os prêmios de melhor diretor revelação, pela Boston Society of Film Critics, e melhor roteiro, pela Pen Center USA West Literary.
Julianne Moore, como a atriz pornô Amber Waves, e Burt Reynolds, como o diretor Jack Horner, foram indicados ao Oscar pelas ótimas interpretações, e o roteiro forte e ousado também recebeu indicação de melhor roteiro original.
Todo o elenco está perfeito, mas o prêmio de melhor desempenho vai para  o ótimo ator William H. Macy ao viver um personagem que é ridicularizado por sua infiel esposa.
A película tem umas boas pitadas de pornografia, drogas e nudez considerável. Uma certa audácia dos atores também merece reconhecimento.
O universo pornográfico nunca foi tão bem representado quanto nesse extasiante sucesso da década de 90.

Por Mário Zaparoli

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