segunda-feira, 4 de abril de 2011

"A Vila", de M. Night Shyamalan



“Não deixe a cor ruim ser vista, ela os atrai”...Parece um tanto intrigante, não?!; “Nunca entre na floresta, é onde eles ficam”...Hum! Tem mistério no ar!; “Fique atento ao sino, pois eles estão vendo”...Muita calma nessa hora!... Na realidade, quem são eles? Bem, há rumores que perigosas criaturas míticas chamadas de "Aqueles de Quem Não Mencionamos”, habitam a floresta de Covington, situada em um pequeno vilarejo na zona rural da Pensylvânia. Quem passar pela enigmática floresta pode não mais voltar. Então nem tente fugir! Ah, e cuidado com a cor vermelha!
E se eu disser que foi o renomado cineasta indiano M. Night Shyamalan quem criou todo esse suspense em “A Vila”? Com certeza desperta uma curiosidade no espectador que permite desvendar o mistério que ronda esse sinistro lugar. A história é que o conselho de anciãos da cidade possui uma política de restrições bem fortes aos jovens habitantes: todos são proibidos de adentrar na floresta. Significa também que todos os moradores da vila viveram toda a sua existência isolados do restante do mundo. E quem está no exterior também é impedido de entrar nesse local.
Como sempre, Shyamalan tem uma maneira peculiar ao elaborar seus enredos. A fantasia se aproxima da realidade, sem muitos efeitos especiais. Em todo estilo, torna suas projeções, dramas reais de alto nível, onde a história e a interpretação dos atores têm mais valor do que a pirotecnia (técnica especial para entreter o público).
Detalhe que o diretor imita um de seus diretores favoritos, Alfred Hitchcock, fazendo aparições em seus filmes. A única distinção é que ele atua em pequenos papéis coadjuvantes, e não apenas sendo figurante de segunda ponta. Nesse, repare que ele rapidamente surge nos momentos finais.
Para interpretar os habitantes do vilarejo, o filme conta com um forte elenco: Joaquin Phoenix, Bryce Dallas Howard, William Hurt, Sigourney Weaver e Adrien Brody. Quer mais?
Gosto de Phoenix, embora sua interpretação não esteja tão boa como em outros trabalhos. Seu papel de Lucius Hunt é mediano. Weaver, mãe de Lucius e uma das conselheiras da cidade, vem logo atrás, pois não merecia cumprir um papel tão morno e apagado.
Mas o troféu de melhores atuações vai para: Bryce Dallas Howard, cuja personagem é a jovem cega Ivy Walker; e o sempre ótimo Adrien Brody, encarnando o desequilibrado doente mental Noah Percy. Ao mesmo tempo, Brody consegue ser meigo, engraçado e assustador.
Ah, e o que dizer da fotografia e cenário? Simplesmente grandiosos!
Contudo, esperava muito mais de “A Vila”, sendo que é inferior a outros sucessos do Shyamalan, como “O Sexto Sentido” e “Sinais”. O filme tinha tudo para ser o melhor, só que não chega a tanto. Conta com um bom roteiro, mas peca na narrativa lenta, arrastada e até um pouco enrolada, a ponto de deixar o espectador bocejar de sono, principalmente no seu início. Se você pensa que é um filme de roer as unhas de medo e nervoso, está enganado. Não é de chegar a tal ponto! Há alguns sustos e reviravoltas surpreendentes, que positivamente reagem a trama.
Mas jamais negaria que é um suspense interessante e fantástico. Nota dez para Shyamalan!

Por Mário Zaparoli


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