quinta-feira, 7 de abril de 2011

"O Nevoeiro", de Frank Darabont


Até que ponto você consegue sobreviver a uma situação catastrófica? Se continuar a viver até as últimas consequências, é provável que nunca mais volte a ser o mesmo. Quando você se torna um alvo de ameaças e chega a um ponto sem-saída, é possível ultrapassar limites levianamente.
Vamos supor que o “fim do mundo” está prestes a devastar a raça humana, não apenas com uma terrível e violenta tempestade, mas com “O Nevoeiro” estranho, que se alastra misteriosamente, gerando um pânico caótico à humanidade. O que você não sabe, é que esse nevoeiro esconde algo sobrenatural e monstruoso. Óbvio que todo esse entendimento não passa de uma fantástica invenção de um conto de terror do mestre Stephen King, que o cineasta Frank Darabont adaptou às telas.
Mais precisamente, o terror se espalha na cidade de Maine. Tudo começa quando David Drayton (Thomas Jane), um artista local, e seu filho Billy (Nathan Gamble) correm para um determinado mercado em busca de suprimentos, e então um repentino nevoeiro toma conta do lugar, deixando David e um grupo de pessoas presas no estabelecimento, entre elas a fanática religiosa Sra. Carmody (a ótima e premiada Marcia Gay Harden, que dá um show de interpretação). Logo se desvenda que esse nevoeiro pode ser uma fatalidade caso essas pessoas saiam do “refúgio”, pois criaturas de outro mundo estão à solta e matam impiedosamente. E evidentemente o pior acontece, as pessoas dentro do mercado tornam-se tão ameaçadoras quanto os monstros do lado de fora.
Atenção no papel sombrio de Marcia Gay Harden, que aparentava ser uma simples coadjuvante, e repentinamente vira o centro das atenções na trama. Sua sinistra e insana personagem me fez lembrar a Piper Laurie, em “Carrie, A Estranha”, de Brian De Palma, obra também criada por King.
O filme não deixa de ser um terror, que aos meus olhos, parece ser mais uma ficção recheada de suspense no estilo “Alien” e “O Predador”, em que um a um é exterminado.
É de roer as unhas e te matar de medo? Não chega a tanto! Há cenas de mortes e violência; e alguns momentos podem deixar o espectador angustiado.
Está longe de ser o melhor filme de Darabont. A trama começa bem, mas o desenvolvimento no mercado (cenário principal), torna-se horrendo e cansativo, prosseguindo para um final tedioso e catastrófico. Poderiam ter encurtado mais as cenas no estabelecimento. Em alguns momentos, o espectador fica até com raiva e impaciência de ver ações que só acontecem em filmes do gênero.
O que realmente prende o público são os efeitos especiais, principalmente das apavorantes criaturas. Outro ponto positivo são os sons tridimensionais utilizados para deixar a trama mais assustadora.
Sabe-se que o diretor Darabont já fez brilhantemente outras adaptações de King para o cinema, os ótimos “Um Sonho de Liberdade”(1994) e “À Espera de um Milagre”(1999), muito melhores que esse trágico filme.
Depois de passar vários anos estudando desenvolvimentos de histórias de filmes de terror, “O Nevoeiro” pôde ser lançado com a direção e o roteiro de Darabont. E conta com a participação de Andre Braugher, Laurie Holden, Toby Jones, Jeffrey DeMunn e William Sadler no elenco.
E eis a questão: Será que realmente vale a pena sofrer e sofrer para depois “morrer na praia”?...Desvende você mesmo esse horripilante mistério.

Por Mário Zaparoli



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