terça-feira, 29 de março de 2011

"O Retrato de Dorian Gray", clássico de Oscar Wilde, ganha uma nova versão cinematográfica


Provocante e ousado... O grande clássico da literatura ganha uma nova versão cinematográfica, dentre as diversas outras adaptações. O famoso Dorian Gray, criado pelo incrível Oscar Wilde, está de volta, agora com um aspecto diferente e tão diabólico como nunca visto antes. O que seria um belo romance acabou se tornando um excitante suspense sobrenatural.
O filme “O Retrato de Dorian Gray”, de 2009, não chega aos pés da maravilhosa obra de Wilde, mas consegue empolgar o público de alguma forma. Enquanto no livro há uma sensualidade implícita e sutil devido à época conservadora, o moderno longa é totalmente sem censura, e invade as telas com muita voluptuosidade e erotismo.
A trama se passa em plena Londres vitoriana, mais precisamente no século XIX. O belo e inocente jovem Dorian Gray (Ben Barnes), da alta sociedade inglesa, é influenciado pelo misterioso Henry Wotton (Colin Firth) a conhecer os prazeres hedonistas da cidade. E um renomado artista Basil Hallward (Ben Chaplin) resolve pintar um retrato de Dorian, com o intuito de capturar sua beleza jovial. Quando o rapaz se observa no quadro, em nome da vaidade, faz a promessa de que daria tudo, até mesmo vender sua alma ao diabo, para permanecer sempre com o mesmo visual retratado. A partir de então, Dorian muda completamente de personalidade, cometendo pecados e atrocidades, e obtendo o que ele mais almejava: a juventude eterna.
O protagonista Ben Barnes (conhecido pela saga “As Crônicas de Nárnia – Príncipe Caspian”) está muito fraco. Bonito, mas com atuação medíocre, sem dramaticidade alguma. Com certeza, seu grande personagem merecia uma melhor performance. Já Colin Firth, em alta pelo garantido Oscar por “O Discurso do Rei”, exerce muito bem o seu papel, como sempre. Foi a escolha perfeita para encarnar o galanteador Henry Wotton.
Rebecca Hall e a ótima Fiona Shaw completam o elenco.
O mais interessante nesse filme são justamente a modernidade e o terror abominável consistentes no roteiro de Toby Finlay. Mas realmente faltou sutileza, elegância e discrição. Tem que haver muito cuidado para adaptar uma obra tão histórica como essa.
Lançado em 2009, o filme não alcançou grande sucesso no exterior e só estreou dois anos depois nos cinemas brasileiros, quando Firth venceu o tão esperado prêmio da Academia.
A obra tem seus defeitos, mas não a considero ruim, pelo contrário, conta com uma requintada direção de arte e belos figurinos, típicos da época. Mesmo que tenham desvirtuado a história, é uma adaptação interessante. Gostei da maneira audaciosa do cineasta Oliver Parker (“O Marido Ideal”) ao dirigir muito bem uma versão atmosférica, quente e diabólica. Ainda assim, o inesquecível livro de Wilde é estupidamente melhor em todas as entrelinhas.

Por Mário Zaparoli

domingo, 27 de março de 2011

Viagem a Darjeeling, de Wes Anderson



Compre sua passagem e embarque no “Darjeeling Limited”, trem que destina a uma insólita e agradável “Viagem a Darjeeling”. Delicie-se e aproveite essa catártica jornada rumo às Índias, tão estilizada pelas lentes de Wes Anderson (“Os Excêntricos Tenembauns”).
O filme é uma tragicomédia, em que o diretor remete mais uma vez, o retrato de uma disfuncional relação familiar, agora envolvendo os irmãos Francis (Owen Wilson), Peter (Adrien Brody) e Jack (Jason Schwartzman) que não se falam desde a morte do pai. Para reatarem seus laços fraternos, partem em uma viagem de trem, comandada e idealizada por Francis, através de um dos lugares mais exóticos do mundo, também na busca de autoconhecimento e paz espiritual. Cultura e misticismo não vão faltar, e muita aventura começa a rolar, quando seus objetivos mudam instantaneamente de curso. Devido a iminentes confusões, os três acabam perdidos no meio do deserto com tudo o que tinham de bagagem (onze malas, uma impressora e uma máquina plastificadora)...Quer mais?...Outro detalhe é que os três querem reencontrar a mãe Patricia (Anjelica Huston) que mora na Índia, mais precisamente nas montanhas do Himalaia, onde se escondeu de todos e se tornou uma missionária.
Uma graciosa história de reconciliação e aventura que seduz os espectadores pelo roteiro leve e bem elaborado, escrito na parceria de Wes com Roman Coppola e o ator Jason Schwartzman. Conta-se que algumas cenas foram inspiradas nas peripécias vivenciadas pelos três em viagem à Índia.
Não seria a química perfeita se Wilson, Brody e Schwartzman não integrassem o elenco. Exercendo bons papéis, ambos estão hilários e muito bem em cena. Até então, só tinha visto Schwartzman no filme “Maria Antonieta”(2006), e percebi que é um ótimo ator.
Esse é o quarto trabalho de Owen Wilson em conjunto com o diretor. A parceria já vem desde 1994, quando produziram “Bottle Rocket”, que de curta virou um longa-metragem bem recebido, que ascendeu a carreira de Wes.  O ator também esteve em “Os Excêntricos Tenenbaums”(2001), colaborando com o roteiro; e “A Vida Marinha com Steve Zissou”(2004).
Além de Wilson, o hilário Bill Murray e a ótima Anjelica Huston também estrelaram outros filmes de Wes. Nesse, o personagem de Murray é irrelevante na trama, aparecendo somente nos segundos iniciais. Já Anjelica tem uma pequena, mas notável participação.
Melhor ainda é a ótima trilha sonora em ritmo compatível às cenas. Destaque para a bela fotografia registrada nos cenários mais suntuosos.
Então o que está esperando para adquirir sua passagem? Acomode-se na melhor cabine, e se divirta na fantástica e inesquecível “Viagem a Darjeeling”.

Por Mário Zaparoli

quinta-feira, 24 de março de 2011

Pulp Fiction - Tempo de Violência


“Girl, You’ll be a Woman Soon...” Ao tocar essa música do Neil Diamond, qual é o primeiro filme que você se lembra?...Com certeza, estou me referindo ao mais aclamado sucesso do fantástico Quentin Tarantino, o eletrizante “Pulp Fiction – Tempo de Violência”, filme vencedor da Palma de Ouro em Cannes e do Oscar de melhor roteiro original.
Os filmes do Tarantino são geniais. Sou suspeito pra falar que adoro suas obras, sempre com diálogos memoráveis e roteiros não-lineares, recheados de muita violência e jorrar de sangue. Não são filmes que o espectador se sente horrorizado, pelo contrário, empolga e diverte o público pela maneira inteligente e muito peculiar do diretor ao explorar seus roteiros. E foi dessa forma que seus badalados filmes o alcançaram ao estrelato no início dos anos 90.
Sabe-se que esse grande diretor usa e abusa de algumas referências a outros filmes ou diferentes gêneros, em seu estilo, história e diálogos. Verborrágico, Tarantino também é considerado uma enciclopédia do cinema, e suas inspirações cinematográficas refletem em seus trabalhos.
É bem perceptível em seus filmes: os “cortes” bem característicos, usados como se dividisse a trama em capítulos, numa cronologia fragmentada; e as cenas de diálogos em que a câmera se localiza dentro de um carro. Sem contar, que os diálogos são ótimos, tão longos quanto as cenas.
Não obstante, em “Pulp Fiction”, Tarantino utiliza esses recursos técnicos mostrando um cotidiano violento, recorrente em três histórias não cronológicas. Na primeira, os mafiosos Vincent Vega (John Travolta) e Jules Winnfield (Samuel L. Jackson) tem a missão de fazer uma cobrança a mando do chefe Marsellus Wallace (Ving Rhames). Já em outra história, Vincent leva Mia Wallace (Uma Thurman), mulher de seu chefe, para se divertir enquanto este viaja. E por último, entra a história de Butch Coolidge (Bruce Willis), boxeador que está em apuros com Marsellus por não cumprir um devido acordo.
A famosa dança entre Travolta e Thurman é a cena que eu mais gosto, dentre outras inesquecíveis! Melhor ainda é sua extasiante trilha sonora...
O filme já é atraente desde o começo. Uma ótima música embala os créditos iniciais, que deixam a impressão do filme ser contado de trás pra frente, como se estivesse terminando, e logo de quebra, entra a cena dos assaltantes, interpretados pelos ótimos Tim Roth e Amanda Plummer. Detalhe que estes só aparecem no começo e no fim.
E o que falar do seu elenco estelar, que ainda conta com Harvey Keitel, Maria de Medeiros, Eric Stoltz, Rosanna Arquette e Christopher Walken?...Simplesmente PERFEITO!
Só tenho que aplaudir a “fera” chamada TARANTINO e seu filme provocante e sensacional.

Por Mário Zaparoli

quarta-feira, 23 de março de 2011

Love Story - Uma História de Amor



“Amar é nunca ter que pedir perdão”... Frase tão marcante e profunda quanto é “Love Story – Uma História de Amor”. Se não for um dos mais românticos filmes de todos os tempos, com certeza é um dos mais bonitos e tocantes, daqueles inesquecíveis.
Essa é uma comovente história de 1970 sobre o grande amor de uma vida, em que um jovem de família muito rica e estudante de Direito, Oliver Barrett (Ryan O’Neal), apaixona-se pela estudante de música Jennifer Cavilleri (Ali MacGraw) e acabam se casando algum tempo depois. Mas o casal não esperava enfrentar a maior crise de suas vidas.
O célebre romance recebeu sete indicações ao prêmio da Academia, incluindo melhor filme; e foi dirigido pelo cineasta canadense Arthur Hiller (O Hospital) e escrito por Erich Segal, que primeiro escreveu esse roteiro e depois o adaptou para livro que se tornou um best-seller.
Os protagonistas Ryan O’Neal e Ali MacGraw foram indicados ao Oscar pelas emocionantes interpretações, e se tornaram astros da noite para o dia.
Ainda no elenco John Marley, indicado a ator coadjuvante, e o premiado Ray Milland, no papel do pai de Oliver, que não aceita a nora por ser de família humilde.
“Love Story” é um filme popular que foi um grande sucesso de bilheterias no mundo todo. O drama e o romance consistentes na trama penetram em nossa alma. Só é um tanto melodramático, mas foi dessa maneira que o longa conquistou o público de várias gerações.
E o que falar da magnífica trilha sonora de Francis Lai, vencedora do Oscar? Simplesmente arrepiante! Diria que é o ponto alto, o melhor de todo o filme!
Em vários momentos, a obra é embalada pela memorável música-tema, que consegue tocar os corações dos espectadores. Então encante-se e se emocione!

Por Mário Zaparoli











segunda-feira, 21 de março de 2011

Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles



A batalha entre humanos e extraterrestres está de volta! Agora os alienígenas invadem a cidade de Los Angeles, não com uma chuva de meteoros, mas uma enxurrada de clichês. Sem grandes novidades, “Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles” é sensacional nos efeitos especiais, mas comparado a outros filmes do gênero, seu conteúdo é ínfimo.
Quem gosta de filmes de ficção, deve saber que esse não traz relevância alguma, só uma guerra interminável e tediosa.
O longa traz a atriz Michelle Rodriguez (Velozes e Furiosos) no papel da Sargento Elena Santos. Mais uma vez interpretando uma personagem tão viril como em todos os trabalhos da carreira. Gosto de vê-la atuando, e realmente combina para fazer papéis que geralmente mostram a força da mulher de um jeito masculinizado. Uma feminista de primeira!
O loirão Aaron Eckhart integra o elenco cumprindo muito bem o seu papel de Sargento Michael Nantz, que se torna o grande herói da história. Trama essa, em que logo no começo, uma chuva de meteoros repentinamente atinge a Terra, mais precisamente em Los Angeles, exterminando todos que estão ao redor. Tão logo se descobre que eles são naves alienígenas que desejam devastar a raça humana e buscar água para o seu planeta. É então que o exército americano entra em combate, tentando acabar com os impiedosos invasores.
Com muitos efeitos especiais mesclados com um dramalhão bélico, o filme consegue divertir e até emocionar o público. Mas em determinados momentos, você se sente entediado de ver a mesmice; e os bombardeios, mortes e alienígenas aos montes. Não via a hora do filme terminar.
Jonathan Liebesman, da péssima sequência “O Massacre da Serra Elétrica – O Início” é quem está no comando da direção. Liebesman rodou algumas sequências em Los Angeles e ainda adicionou alienígenas em efeitos especiais, para convencer os executivos que ele era o certo para o projeto.
A audácia de Steven Spielberg fez uma falta tremenda. Acredito que se ele estivesse na direção, o filme teria um desenvolvimento melhor e seria mais impactante.
O blockbuster rendeu US$36 milhões nas bilheterias americanas. Tem ação do começo ao fim com boas pitadas de ficção científica, nada mais que isso.

Por Mário Zaparoli











A Chave de Vidro, de 1942


 “Crime”, “Gangsteres” e “Corrupção”, arquétipos essenciais que permeiam um clássico filme noir como “A Chave de Vidro”. Uma intrincada e envolvente trama, baseada no best-seller de Dashiell Hammett, que ainda traz os belos e baixinhos astros Alan Ladd e Veronica Lake, mais uma vez juntos, formando um casal perfeito.
Como sempre interpretando mulheres fatais, a divina Lake abrilhantava as telas. Embora era daquelas atrizes que combinava para fazer somente esse tipo de papel, longe de ser considerada uma grande atriz. Que ela foi um ícone do cinema, não posso negar! Mas o que ela tinha de beleza tinha de morna atuação.
Dirigida por Stuart Heisler (Lágrimas Amargas), a obra ronda sobre um misterioso crime, em que o principal suspeito é o político corrupto Paul Madvig, interpretado por Brian Donlevy. É então que seu líder e leal braço direito Ed Beaumont (Alan Ladd) passa a investigar o verdadeiro assassino que o inocentará. Nesse ínterim, Ed tenta resistir aos constantes assédios da noiva de seu chefe, a socialite Janet Henry (Veronica Lake).
Afinal, Paul é culpado ou inocente? Falsas acusações devido a uma certa rivalidade entre políticos podem ser um tanto intrigantes.
 “A Chave de Vidro” é daqueles filmes que o suspense se instala e te deixa curioso para saber quem é o real culpado do assassinato.
Brigas e emboscadas endossam a trama; e o jogo de gato e rato está armado. As jogadas de Beaumont com os gangsteres na busca de informações, estilizam o roteiro.
A cena do brutal espancamento do personagem de Alan Ladd pelos gangsteres dá ao espectador aquela sensação de agonia e impaciência, em que você torce para que ele reaja rapidamente e se liberte dos canalhas.
Personagens corruptos, violentos e moralmente ambíguos integram a história.
Destaque para a espetacular fotografia em preto e branco e os figurinos sempre exuberantes da memorável Edith Head. A elegância desse clássico é abrangente em todos os sentidos.
Um filme correto, com começo, meio e fim plausíveis.

Por Mário Zaparoli





sábado, 19 de março de 2011

Jules e Jim - Uma Mulher para Dois, de François Truffaut


Palmas para o cinema de François Truffaut! Que espetáculo! Assim como Jean-Luc Godard, este cineasta francês foi um dos maiores ícones da história do cinema e uma das maiores influências do novo cinema francês - a nouvelle vague dos anos 60, que inspirou outros mestres como Steven Spielberg, Quentin Tarantino, Brian De Palma e Martin Scorsese.
Ao assistir “Jules e Jim”, pude constatar que Truffaut é mesmo um gênio da cinematografia, principalmente quando este sabe abusar da criatividade na narrativa.
No decorrer do filme, momentos são enfatizados com uma narração em legendas, como se o próprio autor estivesse contando a história, ressaltando assim os diálogos. Entretanto, o espectador deve assisti-lo com uma certa paciência devido à sua lentidão.
Baseado no romance de Henri-Pierre Roche e com um roteiro inteligente, a obra retrata o amor e a amizade de uma maneira anarquista, amarga e maravilhosa.
A trama se passa no começo do século XX e se estende por várias décadas. O alemão Jules (Oskar Werner) e Jim (Henri Serre) são perpétuos amigos que se apaixonam pela mesma mulher, a impulsiva e bipolar Catherine (Jeanne Moreau). Nasce assim um libertário triângulo amoroso que busca aproveitar os prazeres da vida. Mas como nem tudo são flores, o trio passa a enfrentar as dificuldades de uma conturbada relação, cuja maior fatalidade é o medo da perda. Uma triste e bela história que toca num sensível ponto de nossas vidas: o amor.
No marco de sua carreira, Jeanne Moreau está memorável ao interpretar uma personagem egocêntrica e leviana, que quer ser tratada como uma rainha por seus submissos amores.
Dramático, poético e totalmente cult, “Jules e Jim” é um aplaudido sucesso de público e crítica. É a primeira obra-prima que vejo do Truffaut, e posso dizer que me apaixonei pelo brilho do cinema francês.
Recomendadíssimo!!!

Por Mário Zaparoli




quinta-feira, 17 de março de 2011

DELICATESSEN



“Exótico” é a denominação mais adequada para caracterizar “Delicatessen”. A princípio, qualquer um pode pensar que é um filme sobre gastronomia e culinária. Ledo engano?! Não posso envolver canibalismo com culinária, certo?! Ou será que comer carne humana em um futuro apocalíptico é um tanto gastronômico? Mas o estranho não é só isso! A história e seus personagens são os mais surreais possíveis.
Tipicamente criativos e modernos, os cineastas franceses Jean-Pierre Jeunet e Marc Caro, puderam misturar fantasia e realidade assim como em seus outros trabalhos. Essa foi a primeira vez que os dois trabalharam juntos, a segunda foi no também surrealista “Ladrão de Sonhos”, de 1995. A parceria não poderia ser mais sublime. Que dupla de diretores!
De 1991, “Delicatessen” é o primeiro sucesso de Jeunet, que anos mais tarde conquistou notoriedade no mundo com “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”. Inteiramente de humor negro, a trama traz drama, suspense, comédia, romance e terror, tudo em um único “pacote”. Diferente de muitas comédias, essa, é ao mesmo tempo esquisita, silenciosa e delicada. Uma fantástica “delicatessen”.
No filme, um jovem palhaço (Dominique Pinon) chega a um estranho prédio, localizado em cima de um açougue, para arrumar emprego e abrigo. Instalado, acaba se apaixonando por Julie (Marie-Laure Dougnac), filha do troglodita e asqueroso Clapet (Jean-Claude Dreyfus), seu chefe. Sua presença começa a incomodar a família da moça, mas ele não faz a menor idéia de que os integrantes dessa estranha família possuem outros planos para ele.
Por causa da sociedade viver numa escassez de alimentos, os suprimentos de carne desse açougue são vendidos para garantir sobrevivência.
Todo o elenco está muito bem, principalmente os ótimos Dominique Pinon e Jean-Claude Dreyfus. Pinon também já esteve em outros filmes de Jeunet: “Ladrão de Sonhos” (1995), “Alien: A Ressurreição” (1997), “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain”(2001) e “Eterno Amor”(2004).
Destaques para a sinfonia de efeitos sonoros em uma das cenas, e o ambiente esfumaçado que climatiza o suspense. Fora, os fortes tons amarelados que predominam em todo o filme. Um jogo de cores belíssimo. Cada cor representando o aspecto do momento. Personagens bizarros e totalmente esquisitos também são bem característicos.
Roteiro impactante e fotografia de primeira. “Exótico” e sensacional!

Por Mário Zaparoli





segunda-feira, 14 de março de 2011

Meu Reino por um Amor


Que Bette Davis é a melhor atriz de todos os tempos, pra mim não há engano. É admirável que essa lenda do Cinema conseguiu sempre ser o centro das atenções tanto na vida profissional quanto pessoal. Aprecio seus trabalhos justamente para ver a diva brilhando em cena.  E não seria diferente ao encarnar uma tirana e ardorosa Rainha Elizabeth I, em “Meu Reino por um Amor”. A estrela esbanja talento e interpretação provando ser “THE BEST”.
E mais fascinante ainda é ver Davis viver um mal-fadado romance com o galã Errol Flynn no auge de sua forma física e estética, interpretando o jovem e orgulhoso Robert Devereux, o 2 conde de Essex, favorito da Rainha.  A trama gira em torno do relacionamento pessoal e político entre ambos.
Um drama biográfico histórico, dirigido pelo competente e eficiente Michael Curtiz (Casablanca), e com o roteiro de Marwell Anderson, inspirado na peça Elizabeth – The Queen.
Bette já interpretou a Rainha Elizabeth I por duas vezes. Sendo essa a primeira, a segunda foi em “A Rainha Tirana”, de 1955, que tem semelhança com esse em algumas partes. A princípio até pensei que esse fosse o filme original, e que mais tarde foi refilmado com a mesma protagonista. Engano! A história é diferente. Nesse, de 1939, a mesma Rainha um pouco mais jovem se apaixona por Devereux, e na segunda, já bem mais velha, interessa-se pelo Sir. Walter Raleigh, vivido por Richard Todd.
A força da atuação de Davis é o que tem de mais marcante e é muito superior à interpretação morna de Flynn.
Já Olivia de Havilland, bela como sempre, está com um papel mediano e desvalorizado, sem grandes destaques. Donald Crisp e Vincent Price completam o elenco.
Mas não posso deixar de destacar a magnífica direção de arte indicada ao Oscar...que luxo!! E os figurinos então, impecáveis como em qualquer obra sobre reis e rainhas.
Em 1940, a produção ainda recebeu outras quatro indicações ao prêmio da Academia: melhor fotografia, efeitos visuais, mixagem de som, e trilha sonora original.
A narrativa é um pouco lenta e pode deixar o espectador cansado e impaciente. Esperava muito mais. Não é aquele espetáculo! Já vi obras melhores e mais empolgantes com a ótima Davis. 

Por Mário Zaparoli

domingo, 13 de março de 2011

Núpcias de Escândalo


Um verdadeiro “escândalo” é apreciar os esplêndidos Cary Grant, Katharine Hepburn e James Stewart juntos, que trio de feras! E ainda vê-los exibindo romantismo, graça e elegância em um filme do diretor George Cukor (“A Dama das Camélias”), posso afirmar que este é um clássico imperdível da cinematografia americana.
De acordo com o American Film Institute, “Núpcias de Escândalo” é considerado um dos 100 Grandes Filmes de Todos os Tempos. Uma sofisticada obra-prima do humor que traz Hepburn como uma socialite que se encontra confusa com seus sentimentos, após recém se separar do marido (Cary Grant), e estar prestes a se casar novamente com um homem que ela não sabe se ama de verdade. A indecisão só aumenta quando ela tem a oportunidade de conhecer um determinado repórter de tablóide (James Stewart).
Baseado na peça de Philip Barry, o longa venceu o Oscar de melhor roteiro, escrito por David Ogden Stewart, e de melhor ator para James Stewart.
Diferente das comédias românticas de hoje, essa, além de contar com um roteiro magnífico, tem aquela magia que só o cinema clássico pode transmitir aos espectadores: ver pequenas histórias de amor se transformarem em romances de primeiríssima qualidade.
O momento do beijo entre Stewart e Hepburn é lindo!! Contando os diálogos, é uma cena tão luxuosa e romântica que só um belo clássico como esse pode deixar nossos olhos brilharem de emoção. Não só essa cena como várias outras nos fazem rir e também se emocionar. Seu final é gracioso e impagável.
É primordial ver só pelo elenco estelar. O charmoso Grant, o sedutor Stewart e a belíssima e ótima Hepburn dão um toque especial ao filme.
Vale a pena ver esse marco do Cinema. É realmente divino!!!

Por Mário Zaparoli

sexta-feira, 11 de março de 2011

Sex and The City - O Filme



“Prada” combina com Carrie, “Sexo” é com Samantha, “Romance” tem tudo a ver com Charlotte, e “Trabalho” é para Miranda. Sarah Jessica Parker, Kim Cattrall, Kristin Davis e Cynthia Nixon: essas quatro mulheres da selva urbana de Nova York, amigas inseparáveis, estão de volta na comédia romântica de grande sucesso da TV americana, “Sex and The City – O Filme”.
Para os fãs, o filme é imperdível por mostrar o que aconteceu com as descoladas Carrie Bradshaw, Samantha Jones, Charlotte York e Miranda Hobbes, quatro anos depois do último episódio da série de sucesso baseada no livro de Candace Bushnell, vencedora de cinco prêmios Emmy e oito Globos de Ouro.
“Sex and The City” foi originalmente transmitida pela HBO, de 1998 à 2004. A história se passava em Nova York e focava as relações íntimas de quatro mulheres chiquérrimas, inteligentes, ousadas e cheias de desejo, que trocavam confidências sobre seus confusos relacionamentos.
O filme “O Diabo Veste Prada”, foi inspirado nessa série cult, que serviu de publicidade à estilistas renomados, e à famosas grifes de vestidos, sapatos e acessórios. Os figurinos são brilhantes e luxuosos. Todas se vestem em grande estilo. E a maior consumista de todas é a Carrie. Esta é capaz de gastar todo seu dinheiro em lindos sapatos.
Sarah Jessica Parker, a intérprete de Carrie Bradshaw, recebeu um cachê de US$30 milhões para atuar e produzir o longa. Além de ser a mais bem paga do elenco e uma das atrizes mais bem pagas do cinema atual.
“Sex and the City – O Filme” consegue divertir, empolgar e emocionar os espectadores em alguns momentos. Os diálogos são engraçados, deliciosos e picantes. As atuações de Parker, Cattrall, Davis e Nixon não são tão boas como na TV, cujas performances humorísticas são melhores.
Ainda integram o elenco Chris Noth, Jennifer Hudson e Candice Bergen.
O filme arrecadou US$390 milhões nas bilheterias mundiais. Os fãs puderam matar as saudades ao ver uma adaptação agradável e fiel ao seriado. Ainda assim, a série era mais marcante e melhor em todos os sentidos.

Por Mário Zaparoli